15
maio
10

Ressuscitando o blog

Após um longo período sem escrever retorno as atividades no blog. Cumprido a primeira etapa, começo a pensar como a pesquisa pode ser aprofundada e realimentada. Como parte do processo duas apresentações já ocorreram, uma na apresentação do Rumos em São Paulo e outra no Festival Dança.com em Porto Alegre e foram completamente diferentes. Se em São Paulo pela configuração do espaço (Teatro Coletivo) pude perceber as reações da platéia, em Porto Alegre acabei apresentando em um configuração mais tradicional, onde a platéia ficou no escuro. Mesmo assim, posso afirmar pelo que ouvi do meu ponto de observação, o palco, que as reações em Porto Alegre foram muito mais contidas. Necessito dizer, que minhas reações as ações que proponho, também foram diferentes, e não tiveram as mesma constância. Mesmo optando por não ensaiar, o corpo já parecia preparado para as ações, para receber a batida da ratoeira, para levar o choque. Engraçado, mas fiquei com a sensação de precisar de novos desafios, novas sensações, totalmente coerente com a pesquisa, mas como lidar com a possibilidade de um círculo vicioso? Onde a pesquisa se encerra? Pensando desta maneira, me questiono como lidar com a idéia de pesquisa em arte que não tem a possibilidade de seguir uma metodologia científica baseada em resultados, já que os mesmos não são estáveis. Como organizamos o conhecimento gerado por essas experiências, para transformá-los em discurso e qual a necessidade do discurso? Quando vou conseguir responder algumas das minhas perguntas?

09
mar
10

Enfim chega o dia

Foto: Cristiano Prim


E hoje tem a apresentação da pesquisa, dentro da programação do Rumos. Tenho pensando o que define a apresentação de um processo, vejo que cada um dos participantes optou por uma possibilidade de demonstrar sua pesquisa. Isso é bom, pois mostra uma diversidade de entendimentos e maneiras de como falar sobre pesquisar, neste caso, pesquisa em dança. Mas penso que ainda estamos engatinhando neste processo. O que acontece, é ainda uma limitação do modos para o entendimento do grande público, como tornar a pesquisa em dança válida além de suas fronteiras é o que pergunto. Ao final, novos rumos serão vizualizados.

Apresentação hoje, 19hs, teatro coletivo.
Rua da Consolação, 1623

02
mar
10

No momento

Não ensaio faz dias, como estou em turnê com o grupo cena 11 meus ensaios tem se limitado a pensar sobre o trabalho e melhorar a leitura do texto que faço em cena. Por mais absurdo que pareça, isso é ótimo, exceto para uma das ações que faço, porque as outras necessitam da minha total falta de controle. Explico, todas as minhas ações perambulam numa tentativa de deixar que o corpo reaja na relação explícita do objeto com o meu corpo, seja as ratoeiras, o choque, as bombinhas. Ensaiar essas cenas faz com que eu sinta menos, que eu me acostume a dor, que eu perca a naturalidade do susto e até o medo. Fingir a reação é uma das coisas que não deve acontecer no trabalho e isso ficou claro durante os ensaios com público que realizei.

24
fev
10

Como compartilhar um processo?

Em razão dos últimos acontecimentos faço este post pensando em como é difícil compartilhar um processo de pesquisa artística. Pois não tenho vontade de falar sobre tudo que penso e faço durante a pesquisa, não se trata de egoísmo, ou de egocentrismo e sim a sensação de estar dando a receita antes de que vc leitor possa provar o bolo. rsrsrs Talvez seja mais interessante ver o trabalho e ai visitar este blog, pelo menos para mim quando me interesso por um filme, espetáculo ou artista é geralmente o que acontece, eu vejo e depois busco mais informação.
Tenho horror a idéia de que possam entender meu trabalho enquanto uma mensagem sobre a morte, coisas do tipo aceitem a morte, não busquem a eternidade. Isso reduz a potencialidade de qualquer trabalho. Sinta o que você sente e não tente decifrar.

22
fev
10

Novas considerações

Foto: Cristiano Prim

Depois do primeiro ensaio aberto, começo a receber as opiniões sobre o trabalho. No que tange meu interesse, achei importante o estado de tensão que a platéia permanece.
Tenho me interessado muito nas últimas semanas pela relação das sensações que as ações me permitem e no como elas são processadas e sentidas pelo observadores. Apesar da tensão que parece ser o ponto de convergência da platéia, o “julgamento” sobre a ações tem se mostrado bastante diverso, com opiniões que vão do autoflagelo ao masoquismo.
Interessante também poder pensar que a dor de quem vê, talvez seja maior do que minha própria dor. Em uma da ações que não descrevi no post anterior, mas que foi gerado por ela, aplico em meu corpo a descarga de uma dessas máquinas de choque utilizada para auto-defesa. No primeiro ensaio que fiz com alguns colegas presentes, a opinião foi de que ela era a que tinha menos força de todas as apresentadas. Já neste ensaio com um público maior e com algumas modificações, como por exemplo, utilizar o aparelho em áreas mais sensíveis e sobre os orgãos, ela subiu para o posto de cena mais tensa da demonstração.

17
fev
10

Primeiro ensaio com público

Foto: Adilso Machado

Feito o primeiro ensaio com um pequeno público, surgem novos questionamentos sobre o trabalho. Coisas simples como a melhor visualização das cenas, a relação entre as sensações geradas pelo meu corpo e as respostas de quem vê. Será que a dor é real? Será que realmente está acontecendo algo? As expressões são interpretadas ou simplesmente acontecem?
Momento interessante, que me leva a uma nova análise, a minha pergunta é: Mesmo em uma situação que se coloca claramente de risco, por que a necessidade de visualizar o sofrimento no corpo?
Na verdade, talvez, a velha questão da espetacularidade.

26
jan
10

Ratoeiras – Ação 2

18
jan
10

E Ela chegou sem me avisar…

16
jan
10

As intermitências da morte

Perdida qualquer esperança, rendidos os médicos à implacável evidência, a familia real, hierarquicamente disposta ao redor do leito, esperava com resignação o derradeiro suspiro da matriarca, talvez umas palavrinhas, um última sentença edificante com vista à formação moral dos amados príncipes seus netos, talvez um bela e arredondada frase dirigida à sempre ingrata retentiva dos súbditos vindouros. E depois, como se o tempo tivesse parado, não aconteceu nada. A rainha-mãe nem melhorou nem piorou, ficou ali como suspensa, baloiçando o frágil corpo à borda da vida, ameaçando a cada instante cair para o outro lado, mas atada a este por um ténue fio que a morte, só podia ser ela, não se sabe por que estranho capricho, continuava a segurar. Já tínhamos passado ao dia seguinte, e nele, como se informou logo no princípio deste relato, ninguém iria morrer.

José Saramago

13
jan
10

A última ceia

A última ceia

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